Friday, August 1, 2014

Psicologia das Emergências e dos Desastres

A Psicologia das Emergências e dos Desastres é uma sub-área da Psicologia Ambiental e estuda as diferentes mudanças e fenômenos pessoais presentes em um desastre e subsidia intervenções de compreensão, apoio e superação do trauma.

CONCEITOS IMPORTANTES:

  • Emergência: trata-se de uma situação não esperada e que exige providência imediata. Todo desastre ou catástrofe é uma emergência, mas nem toda emergência é um desastre ou catástrofe.
  • Desastres: são entendidos como episódios que afetam a população causando prejuízos e avarias.
  • Catástrofes: são desastres em grandes proporções, que destroem uma grande área com grande número de vítimas. Ex.: Tsunamis, terremotos


O nível de vulnerabilidade na qual uma pessoa vive, pode ser um fator agravante ou atenuante no que tange a esta temática. Quanto mais uma pessoa estiver informada acerca da probabilidade de um desastre ocorrer consigo, mais atitudes preventivas ela vai tomar.

Defesa Civil: conjunto de ações preventivas de socorro, assistência e recuperação. Pretende evitar ou minimizar os desastres, preservar a integridade física e moral das pessoas e também restabelecer a normalidade social. Objetiva a redução de acidentes, diminuindo a intensidade e frequência. Esta redução abrange:

  1. Minimização de Desastres: prevenção e preparação
  2. Resposta aos Desastres: socorro, assistência e reabilitação
  3. Reconstrução

SINDEC (Sistema Nacional de Defesa Civil): sistema ao qual o tema desastre está vinculado no Brasil. 



O TRABALHO DA PSICOLOGIA:

Neste campo de atuação, a psicologia tem como objetivo realizar um trabalho focal e breve, procurando reduzir o estresse, promover a compreensão do evento, reordenar o mundo pela interação social, trabalhar a culpa, mobilizar o retorno às atividades diárias, conter a ansiedade, favorecer a descarga emocional, realizar trabalhos junto aos líderes comunitários, e, principalmente, não promover a vitimização. 

A inserção da psicologia pode se dar antes da emergência, no momento e também a posteriori. Alguns autores propõe formas de trabalho abrangendo estes momentos.


1. Molina (2006 [Texto 1]) 

  • Pré-Desastre: capacitar, treinar respostas, selecionar profissionais para integrar equipes de primeiras respostas (equipes que atuam no momento do desastre, no acolhimento e resgate de vítimas)...
  • Durante a Emergência: aplicar planos de manejo hospitalar em crises, manejar pacientes e familiares em crise...
  • Pós-Emergência: avaliar o impacto psicológico e propor estratégias de manejo, realizar módulos de autocuidado para os profissionais de primeiras respostas e outros funcionários

2. Lopes (2007 [Texto 1]) 
Ações técnicas divididas conforme as fases estabelecidas pela Política Nacional da Defesa Civil:
  • Prevenção: plano de contingência para a psicologia na Defesa, capacitação de equipes, treinamentos para profissionais...
  • Preparação: simulados
  • Resposta: acolhimento, identificação de demandas, atenção às equipes...
  • Reconstituição: monitoramento de reações emocionais, preservação da história, intervenções clínicas...

TÉCNICAS USUAIS

Algumas formas de trabalho podem ser propostas pelo psicólogo principalmente na prevenção, tal como: mapeamento das zonas de risco, visitação domiciliar, palestras, trabalho conjunto com outros profissionais, Grupos Operativos... tudo a fim de informar, conscientizar e promover a prevenção dos desastres.

Deve se levar em consideração que a família que se encontra em um local de risco, nem sempre tem condições financeiras de sair deste local, contudo, é importante que ela tenha consciência de que um dia algo pode acontecer e que precisam estar preparados para isso. 

Outra técnica utilizada, neste caso no pós-trauma, é o Debriefing que consiste em uma técnica grupal de intervenção em que cada integrante descreve o que aconteceu, expressa seus principais pensamentos e sentimentos e comunica a si qual o pior aspecto da situação. O Debriefing é útil para verificar pessoas que necessitam de atendimento individual, tornando possível o diagnóstico de Transtorno do Estresse Pós-Traumático.