Thursday, July 10, 2014

Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung

Tópicos Centrais


Tipos Psicológicos:

Introvertidos:

  • Direcionamento da energia para o mundo interno;
  • Tendem à introspecção;
  • Perigo de perder ou tornar tênue o contato com o ambiente externo;


Extrovertidos:

  • Direcionamento da energia para o mundo externo;
  • Tendem a ser mais sociáveis e conscientes do que acontece a sua volta;
  • Necessitam se proteger para não serem dominados pelas exterioridades, alienando-se de seus processos internos (contrário do introvertido).

Funções Psíquicas:

São 4 e cada uma pode ser experienciada tanto de forma introvertida quanto de forma extrovertida.

1. Pensamento: está relacionado à verdade, com julgamentos impessoais, lógicos e objetivos. Pessoas em que predomina esta função, são chamadas de "reflexivas", possuem capacidade de planejar e tendem a agarrar seus planos, mesmo quando confrontados com uma evidência contrária. 

2. Sentimento: pessoas sentimentais são orientadas para o aspecto emocional da experiência, preferem emoções intensas, mesmo que negativas. A consistência e princípios abstratos são valorizados e tomam decisões de acordo com julgamentos de valores próprios (bem e mal, certo e errado, agradável e desagradável). 

3. Sensação: enfoque na experiência direta, concreta, percepção de detalhes e fatos concretos. Pessoas do tipo sensitivo adaptam-se facilmente às emergências cotidianas e trabalham melhor com instrumentos, aparelhos, veículos... do que qualquer outro tipo psicológico. 

4. Intuição: forma de processar informações em termos de experiência passada, objetivos futuros e processos inconscientes. As implicações da experiência são mais importantes do que a experiência em si. 


Arquétipos:

Dentro do Inconsciente Coletivo existem estruturas psíquicas ou Arquétipos, que consistem em formas sem conteúdo próprio e servem para canalizar ou organizar o material psicológico (Arquétipos se originam no Inconsciente Coletivo). Consistem em elementos estruturais e formadores do inconsciente, dando origem tanto às fantasias individuais quanto às mitologias de um povo. Uma grande variedade de símbolos podem ser associados a um Arquétipo. Para Jung, cada uma das principais estruturas da personalidade seriam Arquétipos: Ego, Persona, Sombra, Anima, Animus e Self. 

Ego: centro da consciência e um dos maiores Arquétipos da personalidade. 

Persona: é a máscara social, forma pela qual nos apresentamos ao mundo, incluindo também nossos papeis sociais. O ego se altera a partir dos papeis que exercemos, e a persona serve para proteger o Ego e a psique das forças e atitudes sociais que nos invadem. 

Sombra: e uma força negativa da psique, depósito de grande energia instintiva, espontaneidade e vitalidade e fonte da criatividade, origina-se no Inconsciente Coletivo e é o centro do Inconsciente Pessoal, núcleo do material que foi reprimido da consciência. Na Sombra estão os conteúdos incompatíveis com a Persona, considerados inferiores. O material reprimido se organiza e se estrutura em torno da Sombra, que se torna um Self Negativo (a Sombra do Ego). Quando o material da Sombra é trazido à consciência, ele perde sua força, ou seja, a Sombra é mais perigosa quando não é reconhecida por seu portador, o qual projeta suas qualidades indesejáveis nos outros. 

Self: Arquétipo central, da ordem e totalidade da personalidade. É um fator interno de orientação. Assim como o Ego é o centro da consciência, consciente e inconsciente complementam-se para formar uma totalidade: o Self.

Anima/Animus: Anima é o arquétipo feminino no homem enquanto Animus é o arquétipo masculino na mulher. Ambos existem para viabilizar as interações com o sexo oposto, e também demonstra que o humano possui predisposição para desenvolver características tanto masculinas quanto femininas. 


Processo de Individuação (crescimento psicológico):

Todos possuem esta tendência e trata-se de um processo de desenvolvimento da totalidade, incluindo o desenvolvimento do eixo Ego-Self e integração de diversas partes da psique: Ego, Persona, Sombra, Anima/Animus e outros Arquétipos inconscientes. Enquanto para o Ego o crescimento corresponde à expansão do conhecimento consciente, a individuação é o desenvolvimento do Self, cujo objetivo é a união da consciência com o inconsciente. 

Este processo pode ser dividido nas seguintes partes:
1º. Desnudamento da Persona: ao analisarmos a Persona, dissolvemos a máscara que, apesar de ter funções protetoras, também esconde o Self e o inconsciente.
2º. Confronto com a Sombra: conforme aceitamos a realidade da Sombra e dela nos distinguimos, podemos ficar livres de sua influência e assimilar o material do inconsciente pessoal que é organizado ao seu redor. 
3º. Confronto com a Anima ou Animus: este Arquétipo deve ser encarado como uma pessoa real com quem se pode comunicar e de quem se pode aprender.

Todas as etapas citadas se sobrepõem e estamos continuamente voltando a problemas e temas antigos, por isso podemos entender este processo como uma espiral na qual permanecemos nos confrontando com as mesmas questões básicas, de forma cada vez mais refinada. O estágio final do processo de individuação é o desenvolvimento do Self, que é a nossa meta de vida. 


Obstáculos ao Crescimento

A Individuação não é um processo fácil e o Ego precisa ser suficientemente forte para suportar tremendas mudanças. Cada estágio é acompanhado por perigos: 

1. Há o perigo de identificação com a Persona: aqueles que se identificam com a Persona podem tornar-se perfeitos demais, incapazes de aceitar seus erros ou fraquezas, podem reprimir todas as tendências que não se ajustam e projetá-las nos outros

2. Pessoas inconscientes de sua Sombra podem exteriorizar impulsos prejudiciais e nunca reconhecê-los como errados. Ignorar a Sombra também pode resultar em uma atitude demasiada moralista e projeção da Sombra nos outros.

3. O confronto com a Anima/Animus traz problemas do relacionamento com o inconsciente e com a psique coletiva, em um homem a Anima pode acarretar súbitas mudanças emocionais ou instabilidade de humor enquanto nas mulheres, o Animus geralmente se manifesta sob a forma de opiniões irracionais, mantidas de forma rígida. 

4. Ao ser exposto ao material coletivo, há o perigo do homem ser engolido pelo inconsciente, e, conforme Jung, esta ocorrência pode tomar duas formas: pode ocorrer uma inflação do Ego na qual o sujeito reivindica para si todas as virtudes da psique coletiva ou, pode ocorrer uma impotência do Ego e a pessoa sente que não tem controle sobre a psique coletiva e adquire uma consciência aguda de aspectos inaceitáveis, impulsos negativos e outros.

5. Ao entrar em contato com Anima/Animus uma grande energia é libertada e pode ser usada para construir o Ego em vez de o Self, podendo ocorrer uma identificação com o Arquétipo do Self ou desenvolvimento da Personalidade-Mana. O Ego se identifica com o Arquétipo do homem ou mulher sábia, que tudo sabe. A personalidade-mana é perigosa pois é excessivamente irreal, as pessoas tendem a acreditar que se tornaram perfeitos, santos ou até divinos, mas, na realidade perderam o contato com sua humanidade essencial e com o fato de que ninguém é plenamente sábio, infalível ou sem defeitos.  A identificação temporária com este arquétipo é um estágio quase inevitável no processo de Individuação, porém, a questão é se o sujeito vai passar por esta etapa ou estagnar. 




Fontes: Psiqweb

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